E agora para a pequenada lá em casa que já tá farta de "abrir alas para o Noddy" e está prestes a pôr o guarda-sol na mala do carro para ir para a praia tostar os presuntos ao sol para ficar com um look «camarão-vermelhusco» pelo menos até fim de Agosto - porque 15 dias de baixa por queimaduras de 3º grau, verdade se diga, nunca fez mal a ninguém - aqui vai uma pequena sugestão de leitura de férias. Não, não são "Os 50 anos da edição da Playboy em tamanho A3" e também não é, como da outra vez, a "Enciclopédia ilustrada das hábitos sexuais dos Aborígenes", em 100 volumes de capa dura com oferta dum faqueiro de prata.
Agora, a sério.
Leiam O Leque de Lady Windermere, do genial, corrosivo e witty Oscar Wilde. É um pequenino livrinho da nunca-menos-que-excelente Editora Penguin Classics e que pode ser adquirido na fnac por apenas €2,50.
Trata-se de uma peça de teatro famosíssima pelos epigramas e contradições que Wilde usava para descrever os maneirismos e o mundo de aparências em que se vivia na sociedade vitoriana, nomeadamente pela maneira claustrofóbica em que as pessoas da classe alta reprimiam os seus desejos e sentimentos a favor das convenções sociais e do status social.
Tem partes hilariantes, depois transformadas em quotes, que se podem encontrar facilmente no google, espirituosas e inteligentes, mas que tem de ser enquadradas na leitura, absorvente e contagiante, deste livrinho.
No entanto e para aguçar o apetite, aqui vão umas entradas sucolentas, antes do prato principal:
"Eu consigo resistir, excepto à tentação!"
"É absurdo dividir as pessoas em boas e más. As pessoas ou são charmosas ou entediantes!"
"Experiência é o nome que toda a gente dá aos seus erros!"
"Estamos todos na valeta mas alguns de nós estão a olhar para as estrelas!"
E pronto pequenada, já está, ajeitai os calções nas virilhas e ide lá para a piscina ou para a praia, como eu vou, para vislumbrar o mulherio em top-less e pisar os castelos de areia aos putos ranhosos, mas não se esqueçam deste livrinho, levem-no aconchegadinho na marmita dos rissóis, das fatias de melão, das sandes de torresmos e da garrafa de tintol. Ponham o vosso "João Vítor" e a vossa "Cátia Vanessa" a fazer castelos de areia bem perto das ondas, para estarem ocupados durante horas entre risos histéricos e lágrimas de desespero e adormeçam a avó Micas e o avô Antunes com uma litrada de felgueiras tinto no bucho. Vão ver que o sossego vai reinar para usufruir de uma boa leitura, sendo apenas interrompido pelas gritarias do homem da Olá a vender gelados e línguas da sogra.
Ou não, se aquela vizinha mamalhuda do 1º esquerdo vier-se espraiar para menos de 2 metros de vocês. Bom, nesse caso, aconselho, por experiência própria, a lerem de barriga para baixo!
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