24.7.06

Biblio-Cinefilia: O Nome da Rosa!

Este é provavelmente o melhor romance histórico que li na vida. Começa-se a ler. A partir da pág 15 esqueço tudo o resto à minha volta e mergulho completamente, horas a fio, na história, na intriga policial daquele enredo misterioso passado na época medieval. Claro que já tinha visto o filme quando era puto e até tenho o DVD, que já visionei dezenas de vezes. Claro que o filme está excelente, Jean-Jacques Annaud é um mestre na realização de filmes históricos, veja-se a Guerra do Fogo, por ex. Considero o livro o mais bem escrito e mais bem investigado que tenha lido até hoje, sobre a época medieval, todo a quele contexto de repressão religiosa, obscurantismo, superstição, medo da inquisição, a procura e transmisssão do conhecimento, que era só possível aos letrados - os livros eram meros incunábulos, copiados à mão por monges dedicados, centenas de anos antes da imprensa. O Nome da Rosa é um romance policial sobre livros medievais que faz todas as delícias de pessoas como eu, com necessidades extremas de erudição e divertimento. Toda a época medieval está excelentemente retratada por Umberto Eco, riquíssima em pormenores e detalhes o que, para pessoas normais torna o livro secante, mas para mim extremamente empolgante. O livro está tão bem escrito e é tão empolgante (num duplo sentido: o de um policial misterioso que nos remete directamente para os filmes do género e um romance histórico com toda a erudição e entretenimento para os "nerds"mais dilentantes) que até parece que estamos lá a presenciar e a viver tudo com eles.
Um mosteiro, uma vaga de homicídios, um detective franciscano, William of Baskerville, ajudado pelo jovem aprendiz, Adso de Melk, vai tentar descortinar a origem das mortes que varrem aquele mosteiro e que o levará aos segredos bem guardados durante séculos pela igreja medieval, no que refere a "livros proibidos". E não digo mais. Quem viu o filme ja sabe do que falo. A quem vai ler o livro, boa viagem pelo passado.

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