30.7.06

Shakespeare & Company: O último Hotel "Beat"


Shakespeare & Company, uma livraria parisiense de literatura inglesa, com quatro andares, camas improvisadas por toda a parte, uma cozinha cheia de baratas, tem sido ao longo de mais de 50 anos local de encontro de escritores Beat, aberta ao público por George Whitman em 1951, o eremita, o bicho do mato, o genial anarquista que durante 50 anos acolheu viajantes, visitantes, mais conhecidos por "tumbleweeds", vagabundos, diletantes, escritores e candidatos a escritores, chegando alguns a ficar durante anos. A livraria serve de palco para pôr em prática a sua utopia socialista de cultura literária boémia.
Mais de 50 mil pessoas já passaram por ali, dormiram ali e ali muitos poetas e intelectuais fizeram a sua «escola». Ali foram dar escritores da conhecida Lost Generation tais como Hemingway, Joyce, Pound, Stein e da Beat Generation como Ginsberg, Corso, Burroughs. Até Henry Miller, que classificou a livraria como "a wonderland of books".


Shakespeare & Company, mesmo junto ao Seine, sob o olhar da Notre Damme.

Ernest Hemingway na livraria, em 1921. A livraria aparece muitas vezes mencionada no seu livro A Moveable Feast.

Sylvia Beach, proprietária da Shakespeare & Company entre 1919 e 1941, até ser reaberta por Whitman em 1951, com James Joyce, antes da publicação de Ulisses pela mesma em 1922, livro banido até então na Inglaterra e na América. Toda a documentação de Joyce, incluindo manuscritos, cartas, ensaios está contida no que veio a ficar conhecido como "The Sylvia Beach Papers".

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