Quando era miúdo sonhava em escrever crónicas para jornais. Sonhava escrever para O Independente, jornal fundado pelo cronista que mais gosto: Miguel Esteves Cardoso. Com sorte, muita sorte, publicaram uma carta minha em que eu tecia grandes e sinceros elogios à qualidade daquele jornal. E que ninguém negava. Nunca mais houve nem nunca mais haverá um jornal como O Independente. Pelo menos até hoje..
Não vou reproduzir a crónica em si porque não a considero muito boa: são meia dúzia de elogios e um muito obrigado no fim. Nessa altura, em Setembro de 2000, para um jovem quase licenciado e com pretensões literárias, ver publicado um textinho meu, por muito medíocre e mal escrito que fosse, num grande jornal de referência como O Independente (onde escreviam todos os meus cronistas preferidos: Vasco Pulido Valente, MEC, João Pereira Coutinho, Paulo Nogueira, Nuno Rogeiro, Maria Filomena Mónica, etc) era como acabar um curso qualquer e ser convidado a dar aulas em Harvard.
Mas aprendi que só se tem sonhos quando se é muito novo e, à medida que vamos envelhecendo, aprendemos que tudo o que vale a pena fazer só se consegue com muito, muito trabalho.
Aprendi que escrever dá trabalho e escrever bem dá muito trabalho, principalmente quando o objectivo principal de qualquer cronista é simplesmente divertir o leitor.
Ou devería ser.
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