"Adoro-te, mesmo quando dizes que ninguém gosta de ti", disse-lhe eu, com voz tremida, segurando a mão dela, dançando ao som de «Another night in» dos Tindersticks. "Quem me dera que o meu namorado fosse como tu", suspira ela, colocando a cabeça no meu ombro esquerdo, "mas tu não tens hipóteses nenhumas contra ele", rematou, dando-me um pequeno beijo tímido no pescoço. Fecha os olhos e diz, abraçando-me com força agora: "nem nunca terás!"
Separamo-nos. Ela dá meia volta sobre si mesma, sempre agarrada à minha mão e juntamo-nos outra vez, agarradinhos. Agora estamos os dois a sorrir um para o outro.
"Fica sabendo que o amo muito", diz ela, ficando séria de repente. Olho para os olhos dela. Estão tristes, um segundo depois começam a brilhar, ela ri-se e um segundo depois estão tristes outra vez.
"Então", hesito eu, contemplando uma garrafa de vodka perdida no chão - "quer dizer que não tenho hipótese nenhuma?"
"Fica sabendo que o amo muito", diz ela, ficando séria de repente. Olho para os olhos dela. Estão tristes, um segundo depois começam a brilhar, ela ri-se e um segundo depois estão tristes outra vez.
"Então", hesito eu, contemplando uma garrafa de vodka perdida no chão - "quer dizer que não tenho hipótese nenhuma?"
Abraçamo-nos outra vez.
"Não. Nunca terás."
Abraçamo-nos outra vez, ainda mais forte. Não consigo respirar.
"A música está quase a acabar".
"Pois está".
"Só mais um bocado?"..
"Sim, só mais um bocado...."
"Até ao fim das nossas vidas?"
"Sim."
(1999).
"Sim."
(1999).
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