28.6.06
Ultimo combóio para os KLF!
1991. Tinha 14 anos quando ouvi pela primeira vez The White Room dos KLF. Depois nunca mais os vi ou ouvi, até muito recentemente, um amigo arranjou-me o cd e mal ouvi as primeiras faixas, viajei mentalmente outra vez a 1991, ao baile de fim de ano, onde lá estava eu, cabelo com gel, ganga e sapatilhas all-star, no meio do pessoal do rap do Mc-Hammer e Vanilla Ice (os Nirvana ainda só eram conhecidos nos circuitos undergrounds do costume e, se bem me lembro, Nevermind ainda não tinha saído), as raparigas a olhar para mim, e eu para elas, todas vestidas à onda choque ou ministars ou lá o que era.
Os mais «atrevidos» íam fumar "mata-ratos"para trás do balneário e os engatatões começavam a curtir com as raparigas mesmo antes de começar os «slows» do Richard Marx e dos Millivanilli.
E eu, claro, estava embebido em tantas gasosas da "gruta da lomba" que foi com espanto que comecei a ouvir e a dançar o fabuloso Last Train to Transcentral, um som futurístico, uma espécie de early trance, uma das músicas pioneiras no género "stadium house", aliás muito utilizado nas restantes faixas, uma mistura de rave music, ambient house (segundo a wikipédia) com Pop-Rock, misturando samples de barulhos de multidões aos berros - aliás igualmente perceptível na faixa 3. am Eternal.
Foi o delírio para mim. The White Room marcou na altura um certo culto na música de dança, em certa medida pioneiro no que se viría achamar sonoridade techno ou house, tinha uns ritmos Sinth bem trabalhados - até se ouvia uns tiros de metralhadora lá pelo meio das músicas, tal era a criatividade e a genialidade de Bill Drummon (aka King Boy D) e Jimmy Cauty (alias Rockman Rock).
Ouvir e dançar aquilo, todo aquele som misturado, rico, uma espécie de rap com malhas de rock, um pouco de sonoridade house, enfim - paixão à primeira vista. Uns dias mais tarde lá andava eu a telefonar para as rádios, na hora dos discos pedidos (sim, é verdade, não tinhamos iTunes nem Downloads) a pedir musicas dos KLF ou a ver se alguém tinha o CD, mas quem tinha também não emprestava porque já sabia que dias depois andava toda a gente a ouvir a cópia em K7 no walkman - não, não tinhamos Ipod. Depois a «moda» acabou e quando dei por mim já estava completamente imerso no espírito de Seattle com o culto dos inconformados e subversivos Nirvana e restante trupe de calças de ganga rotas nos joelhos e camisas de flanela vermelha.
Agora, graças ao youtube.com podemos ouvir e ver os KLf e o que se apreciava em 1991 no género da dança. Estará este som assim tão «datado»?
Ver aqui.
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3 comentários:
Grande som dude! Faz-me lembrar as festas da escola onde se comiam gajas no canto do pavilhão a ouvir esta cena...bons tempos!
Dude, acho que estás enganado. Era ao som do lady in red do Chris de Burgh!
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