No primeiro dia em que ti vi, levaste-me os olhos.
Nunca mais vi os teus olhos.
No entanto, o teu olhar persegue-me para toda a vida.
Apaixono-me sempre pelo olhar e nunca pelos olhos.
Os olhos são bonitos mas o olhar é sempre triste.
Os olhos têm esperança, mas o olhar desespera.
Os olhos são inocentes, é o olhar que nos faz pecar.
Os olhos encontram-se, mas o olhar perde-se.
O amor está nos olhos, o desgosto está no olhar.
Um desgosto de amor é um luto que se faz por uma pessoa ainda viva.
(Para a Susana Nunes, por este fabuloso desenho)
1 comentário:
E com esta tiraste-me o pio! Apanhaste-me num dia em que a inspiração fugiu para outras paragens. Concordo contigo. Há os olhos e há o olhar. Os olhos podem ser lindíssimos, mas o olhar que este nos deita pode nos gelar a alma. Ou ao contrário, podem ser olhos banais, mas o olhar que nos deita pode nos aquecer o coração. E há olhares desses! Que ficam de tal modo gravados na alma que nunca mais se esqueçe. Mas sabes: Mais vale um desgosto do olhar do que ter vivido a vida inteira sem ter o prazer de o presenciar.
Obrigada Nelson.
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